Projeto de Transportes de Calcário – Pró-Calcário
Apresentação:
Por muitos anos o Município de Porto Velho foi considerado improdutivo tendo em vista a acidez de seus solos e consequentemente sua baixa fertilidade, porém, essa concepção vem sendo ultrapassada com a incorporação de novas áreas produtivas consideradas de média a boa fertilidade. No entanto, os solos mais representativos do município se evidenciam pela necessidade de correção de sua acidez para melhorar as condições de uso, com a aplicação de Calcário e a consequente melhoria de sua fertilidade.
A existência hoje no Estado das minas de Calcário, em Pimenta Bueno e Santa Luzia, vem trazendo novas alternativas de produção, principalmente para áreas com maior proximidade das referidas minas, já que muitos utilizavam o Calcário de Cáceres – MT, que embora ainda com custo elevado pela questão de logística, pois além da dificuldade de transportes, o seu preço o tornava muitas vezes inviável, era a única alternativa encontrada pelos produtores do sul de Rondônia. Porem para o Município de Porto Velho, com uma extensão territorial de 34.068 km², o maior município do estado, com 09 (nove) distritos, as dificuldades de utilização do referido insumo pelos nossos produtores, ainda perdura, o custo do transporte o inviabiliza.
Atualmente, existe pelos produtores do município uma consciência formada para o maior aproveitamento das áreas já desmatadas e encapoeiradas, pelo aumento da produção, pelo incremento da produtividade e melhoria da qualidade de seus produtos, o que os levam a corrigir o principal fator limitante do uso de seus solos, a sua acidez, que “promove o aparecimento de elementos tóxicos para as plantas, como o alumínio, o ferro e o manganês, além de causar a diminuição da presença de nutrientes como Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Boro (B) e Molibdênio (Mo) (OLIVEIRA et al, 2005).
Nesse sentido, a Subsecretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento, vinculada administrativamente a Secretaria Municipal de Integração – SEMI, e que tem a finalidade de, formular, executar, avaliar e supervisionar as políticas voltadas ao desenvolvimento agropecuário, pesqueiro, florestal e agroindustrial, está se propondo através do Projeto Pró-Calcário, a efetuar gratuitamente o transporte de Calcário, tornando-o acessível aos produtores rurais, uma vez que o custo do transporte vem limitando o potencial produtivo dos nossos solos.
Justificativa
Solos mais representativos do município, são os Latossolos Vermelho – Amarelos e Latossolos Amarelos, que apesar de apresentarem boas qualidades físicas, possuem baixa fertilidade química, o que é demonstrado pela elevada acidez (pH de 4 a 5,3), enquanto que a faixa de pH que apresenta maior disponibilidade da maioria dos nutrientes essenciais então disponíveis para as culturas está na faixa de 5,8 a 6,2 (EMBRAPA, 2004). A acidez dos solos promove o aproveitamento de elementos tóxicos para as plantas, como o alumínio, o ferro e o manganês, além de causar a diminuição da presença de nutrientes como o fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), boro (B) e Molibdênio (Mo) (Oliveira et al, 2005), o que os torna essencialmente fracos. Com o objetivo de fazer uma caracterização da fertilidade dos solos de Rondônia a partir das amostras enviadas ao laboratório de solos da UNIR, Barboza et al, identificou a partir de 575 amostras de solos, que 61% dos solos analisados foram classificados como ácidos, com certeza que se analisados somente amostras do Município de Porto Velho a acidez dos nossos solos seria de um percentual bem mais elevado.
Porto Velho , com base nas seguintes informações fornecidas pelo IBGE/GCEA-RO, safra 2015/2016, foi levantada uma áre a de 38437 ha de lavoura como arroz, milho ,feijão, soja, banana, café, cacau e mandioca , no caso, considerando que 30% já foram corrigidos ,principalmente nas áreas plantadas com soja e milho safrinha, tem-se a necessidade de estruturar em 26.906 ha. No que diz respeito a pecuária o município, segundo o informe e semestral de campo da Agência de Defesa Sanitária Agropastoril de Rondônia-IDA RON, REFERENTE A 41º etapa de vacinação contra febre aftosa, período de 15/10/20 16 a 15/11/2016, atingiu 901.082 bovinos, dos quais 767.114 são bovinos de corte e 133.305 bovinos de leite. Considerando a necessidade de efetivar um maior incentivo a esta atividade, atribuindo-se uma capacidade de suporte de 1,5 cabeças/ha tem se uma área de pastagem de 88.870ha, que devem ser melhoradas para contribuir com incremento da produtividade leiteira.
Assim sendo somados as áreas de lavouras e do rebanho bovino de leite, pode- se considerar um total de 115.776/ha cuja a acidez precisa ser corrigida com o propósito de melhorar a fertilidade de seus solos e consequentemente elevar a produtividade e produção da atividade acima considerada. Atribuindo-se uma média de 4 (quatro) toneladas por hectare, seriam necessárias 463.104 toneladas deste insumo, uma demanda considerável, que mesmo integrando os setores da iniciativa privada e pública, só será atingido a longo prazo, principalmente no que diz respeito a correção dos solos para atividade leiteira. Por outro lado, o custo do transporte que e em média é 4 vezes superior o valor da tonelada de calcário nas usinas do governo (CMR) e Cesar Cassol, dependendo da localização em Porto Velho, pode atingir a R$250,00/tonelada, é bastante elevado, dificultando sobremaneira a sua aquisição, inclusive em se tratando de produtor de agricultura familiar.
Dessa maneira, demonstra-se premente necessidade de subsidiar o transporte desse importante insumo para ser incorporado nos nossos solos, melhorando o ambiente e a disponibilidade de nutrientes para as plantas, contribuindo para o aumento do rendimento das culturas. A SEMAGRIC, em 2017 tomou a iniciativa de realizar transporte das usinas para as diversas regiões de Porto Velho, a custo zero para o produtor rural, cabendo ao mesmo a sua aquisição ao valor de usina
No entanto, a nossa grande dificuldade tem sido a indisponibilidade de carreta Bi trem para realizar o seu transporte, no momento, tem sido realizado com apenas uma carreta com carroceria de 30 t, o que vem dificultando sobremaneira o atendimento da demanda atual de mais de 2000 t já adquiridas pelas associações e também pelo produtor individualmente. Precisamente teríamos que dispor para atender efetivamente a nossa necessidade no mínimo mais 4 (quatro) carretas Bi trem. Convém salientar, que o alicerce para impulsionar o processo da nossa agropecuária passa pela correção da acidez de nossos solos.
Objetivo Geral
Viabilizar o transporte de Calcário para os produtores rurais de Porto Velho, através da aquisição de carretas Bi trem, visando reduzir o custo do mesmo para diminuir a acidez dos nossos solos e consequentemente proporcionar a melhoria da sua fertilidade.
Objetivos específicos:
Colocar à disposição dos produtores rurais carretas Bi trem para o transporte gratuito do Calcário.
Orientar as Associações e Produtores quanto aos procedimentos que se fazem necessários à sua aquisição pelos mesmos e quanto a entrega do referido insumo.
Disponibilizar distribuidores de Calcário, principalmente para as associações dos pequenos produtores, para proceder a incorporação do mesmo em sua área de plantio.
Meta:
A demanda atual para o transporte de Calcário no presente exercício é de 2060 t, já pagos pelo produtor, foram transportados somente 360 t até a presente data. Podendo se estabelecer para 2018, caso sejam adquiridas as carretas Bi trem solicitadas o transporte de 6.000 toneladas.
Metodologia
O frete para o transporte de Calcário das usinas até Porto Velho em média deve ficar em torno de R$250,00/t, basicamente triplica o valor do mesmo da base de fornecimento ao local de entrega, o valor na usina CRM/GE é de R$50,00/tonelada, deva chegar em torno de R$250,00/ tonelada. Na Usinas César Cassol o valor é correspondente, no que pese ser mais caro a tonelada, R$55,00, porém a distância é menor e a estrada de melhor trafegabilidade, no entanto, fica a critério do produtor o local de fornecimento. O interessado deverá, após a solicitação do pedido ao gabinete, ir ao Departamento de Desenvolvimento Rural, que informará os procedimentos necessários para viabilizar o transporte do referido insumo, cuja aquisição será feita pelo mesmo, de maneira que o transporte deva obedecer uma.
A carga do veículo transportador também deve ser completa, caso a solicitação não atinge a carga, a associação solicitante deverá complementar com outros interessados, o mesmo ocorrendo com o produtor não associado.
Orçamento
Os custos referentes ao transporte de Calcário por conta da SEMAGRIC, através do orçamento vinculado a esta subsecretaria, aonde deverão cobrir despesas como combustível, lubrificantes, peças, pneus e diárias.
De acordo com pesquisa de mercado o valor de uma carreta Bi trem está em torno de R$650.000,00(seiscentos e cinquenta mil reais) refazendo um total de R$1.300.000,00 (Um milhão e trezentos mil reais), para aquisição dos referidos veículos.
Prazo de vigência:
A princípio o referido programa deva ter um caráter de continuidade, em função da constante necessidade de aplicabilidade desse produto no processo de produção.